Desde a saída dos 8.517 médicos cubanos do programa Mais Médicos, por decisão do governo daquele país, após o presidente eleito, Jair Bolsonaro, qualificar os profissionais como “escravos” de uma “ditadura“, regiões mais remotas do Brasil estão em situação crítica.
- Apesar de o governo, Michel Temer, ter lançado edital para preencher as vagas deixadas pelos cubanos, e de ter recebido 36.222 inscrições de médicos brasileiros, apenas 4.322 haviam se apresentado para o trabalho, até a última sexta-feira, 07 de dezembro. O prazo final é o próximo dia 14.
- No entanto, em algumas áreas, mais afastadas dos grandes centros urbanos, a situação é mais grave. Na região Norte, 106 vagas não foram ocupadas, informou o Ministério da Saúde, nesta segunda-feira, 10.
Os lugares remanescentes estão distribuídos entre oito distritos indígenas e 19 municípios.
- Segundo o levantamento final, não houve interessados em um distrito indígena (Dsei) — Médio Purus, no Amazonas — e em outros dois municípios: Terra Santa, no Pará, e Castanheiras, em Rondônia.
- Por isso, a pasta publicou, também hoje, novo edital para a segunda etapa de seleção. Desta vez, poderão se inscrever, a partir desta terça, 11, médicos com CRM no Brasil ou formados no exterior, mesmo sem revalidar o diploma.
- Para efetuar a inscrição, serão exigidos 17 documentos, entre eles o reconhecimento da instituição de ensino pela representação do país onde os profissionais obtiveram a formação.
“Não existem médicos; nem brasileiros, nem cubanos. Não há nenhum tipo de atendimento médico“, declarou Jnna Andrade, voluntário do Conselho Indigenista Missionário, em conversa com a Agência Efe.
- No leste do Estado, conta ele, a população tem de se deslocar até 80 km para ter acesso à saúde básica, e até 400 km quando se trata de atendimento de urgência.
“Os moradores recebem cuidados paliativos provisórios e às vezes correm risco de vida porque seguem doentes ou podem morrer“, lamentou o missionário.
- Em Alagoas, na região Nordeste, a situação não é diferente. Todas as 128 vagas lançadas no concurso do Ministério da Saúde foram preenchidas mas, até agora, apenas 28 médicos haviam se apresentado, até a semana passada.
- O portal G1, o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas, Januário Neto, classifica a situação da região como “emergencial“.
“Ninguém quer vir aqui“, destacou Neto, em referência à centena de vagas que nenhum médico quis ocupar.
Edição Bell Kojima/Repórter Coragem
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